Reformar a ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU), quando foi criada em 1945, tinha apenas 51 países-membros. Em seu discurso anual, na sede da ONU, o Presidente Lula destacou a necessidade de reformas na organização.

O Secretário Geral, António Guterres, compartilha dessa visão, mas todo acordo emperra nos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, Rússia, China, EUA, França e Reino Unido, que com poder de veto são resistentes a mudanças.

Resistem a reformas que comprometam seus interesses imediatos, o que prejudica a promoção de uma sustentabilidade planetária. Ademais, regiões como América Latina, África e Oceania reivindicam representações geopolíticas no Conselho de Segurança.

Em seu olhar global, Ailton Krenak, sugere, a palavra ‘envolver’, ao invés de ‘desenvolver’. Temos que traçar estratégias – ao menos nacionais, de colaborar, em vez de competir. É essencial que superemos as divisões políticas, para nos prepararmos a uma adaptação às mudanças climáticas.

Uma Concertação, – que significa cooperação harmônica, seria o caminho para reformar a ONU. Hoje, com 193 nações, o poder continua concentrado nos mesmos cinco países com poder de veto.

Em 2025, o Brasil sediará a COP30, em Belém. O país e o mundo precisam sair deste evento com propostas concretas, em mitigação climática, agricultura sustentável, restauração de biomas, políticas de longo prazo em sociobioeconomia, bioeconomia, conservação da natureza e restauração de biomas.

O megabiodiverso Brasil, precisa implementar políticas nacionais para os próximos cem, quinhentos e mil anos. O país precisa superar suas divisões, pensando além de quatro anos de mandatos.

Que a reforma da ONU inspire também uma reforma interna, promovendo envolvimento, concerto e cooperação.

 

Roberto Xavier de Lima

Diretor de Planejamento e Inovação da Neotrópica Sustentabilidade Ambiental, mestre em conservação da natureza, biólogo e escritor.

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