O encontro do G20 no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro será palco esta semana do encontro do G20, reunindo líderes das 20 maiores economias globais, responsáveis por 80% da economia mundial e 64% da população.

Marcando a primeira vez que o Brasil sedia a cúpula, o evento ocorre nos dias 18 e 19 de novembro, acompanhado por encontros paralelos como o G20 Social, Aliança Global Festival e Urban 20 (U20), que promove debates sobre clima, economia e desenvolvimento urbano. Neste tema, Curitiba – PR, sempre foi referência em planejamento e inovação urbana.

O cineasta Francis Coppola, em recente visita à cidade, revelou que o arquiteto utópico de seu novo filme Megalópolis foi inspirado no urbanista Jaime Lerner, que transformou Curitiba em referência no transporte, planejamento urbano integrado e parques esponjas para controle de enchentes.

Porém, passado décadas, a atual gestão municipal enfrenta críticas devido a um polêmico projeto de uma nova via de ônibus, que pode eliminar, 535 árvores nativas, incluindo a Araucária angustifólia, símbolo da cidade.

Me recordo quando em 2000, fui Conselheiro Municipal de Meio Ambiente da cidade, o quanto nos preocupávamos em salvar, com base em laudos técnicos, cada pinheiro que tinha sua solicitação de supressão expedita para a avaliação do Conselho.

Esse atual projeto da gestão municipal, poderá impactar um importante corredor de fauna urbano e agravar enchentes.

Se vivo, Jaime Lerner provavelmente apresentaria soluções integradoras, preservando o equilíbrio entre progresso e qualidade de vida.

Voltando ao G20, o encontro discutirá estratégias globais contra o crime organizado, proteção ambiental e avanços no sistema de justiça.

Antes de participar, o presidente dos EUA visitou Manaus, anunciando uma doação de US$ 50 milhões para o Fundo Amazônico, bem abaixo do prometido que era de US$ 500 milhões.

Neste encontro, há uma expectativa que o atual presidente da Argentina, impeça alguns avanços devido a sua postura negacionista sobre o aquecimento global.

Com a posse de Donald Trump em janeiro de 2025, a política americana também deverá priorizar combustíveis fósseis, destoando das tendências de sustentabilidade global.

Nesse cenário, o Brasil tem o potencial de liderar a transição para combustíveis verdes, como o SAF (Sustainable Aviation Fuel), produzido a partir de biomassa e óleos vegetais.

Esse biocombustível, alternativo ao querosene de aviação, pode reduzir emissões de CO₂ em até 90%, sendo crucial para a redução das emissões de gases de efeito estufa na uma aviação.

Com 90% dos investimentos em pesquisa global sob sua responsabilidade, o G20 deveria transformar ideias em ações concretas por um futuro mais justo e sustentável. Vamos aguardar as resoluções apresentadas.

 

Roberto Xavier de Lima Diretor de Planejamento e Inovação da Neotrópica Sustentabilidade Ambiental, mestre em Conservação da Natureza, biólogo e escritor.

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