Em julho de 1986, na 38ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em Curitiba, propus uma ementa para uma Educação Ambiental transversal nas disciplinas escolares. Porém, apenas no ano de 1999, através da Lei nº 9.795, se instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental. Reflito aqui, sobre a importância da educação em geral, como uma ferramenta para desenvolvimento do país.
Nos anos 50 do século passado, tanto o Brasil, quanto a Coréia do Sul, tinham semelhante deficiência educacional. Entretanto, o país asiático optou por estabelecer um plano educacional de alto nível.
Passados 70 anos, segundo dados de 2022, do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que avalia desempenhos em matemática, leitura e ciências, a Coréia ficou em 5º lugar entre outros 81 países, e o Brasil, nas últimas posições, demonstrando, que devemos com urgência rever e priorizar nossas políticas educacionais.
Há, porém exemplos de bons resultados em educação cidadã: Os motoristas de Brasília, – que aprenderam a obedecer e respeitar a prioridade da faixa de pedestres, e em Curitiba, a separação do chamado “lixo que não é lixo”. Ambas as experiências demonstram que com planejamento e apoio das mídias, pode-se lograr êxito em um trabalho contínuo e universal.
Neste contexto da educação ambiental, quantos anos serão necessários para os 5.565 municípios brasileiros chegarem a um grau de respeito com nossos rios, áreas verdes, saneamento básico, lixo, redução de incêndios entre outros exemplos?
É fundamental que políticas públicas ofereçam escolas gratuitas de boa qualidade, promovendo o debate sobre as questões ambientais que afetam o nosso cotidiano.
As águas secando na Amazônia, a desertificação no Nordeste, as chuvas rareando no Centro Oeste e as enchentes no Sul são fatores climáticos extremos, que nos obrigam a desenvolver planos de médio e longo prazo para que subamos posições tanto no PISA, como no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica que saiu esta semana.
Nas Olimpíadas de Paris, comprovou-se também, a importância da educação física nas escolas para a formação de atletas e obtenção de disciplina para respostas na qualidade de vida destes alunos. E neste quesito em particular, as mulheres se destacaram pelo melhor esforço e retorno em medalhas.
Portanto, a educação de qualidade e a educação ambiental em particular, são vias rápidas para o desenvolvimento de um povo, tanto em relação ao ambiente, como ao corpo e a mente.
Roberto Xavier de Lima – Diretor de Planejamento e Inovação da Neotrópica Sustentabilidade Ambiental, mestre em conservação da natureza, biólogo, escritor.