A Bioeconomia na COP30

 

 

Um novo conceito de Economia Sustentável será apresentado na COP 30. Trata-se do Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia – PNDBio. No âmbito das políticas públicas, a bioeconomia foi integrada ao Plano de Transformação Ecológica do Governo Federal. A plataforma digital “Brasil Participativo” ficou aberta durante um mês, para a comunidade em geral na construção do PNDBio, resultando em 575 contribuições que se encerraram dia 4 de novembro. Durante o período de 23 de setembro e 3 de outubro de 2025, realizou-se quatro Diálogos Regionais nas cidades de Salvador – BA, São Paulo – SP, Florianópolis – SC e Manaus – AM, para difundir a PNDBio e estimular a participação na plataforma digital.

Nós da Neotrópica Sustentabilidade Ambiental, auxiliamos no processo de facilitação e moderação dos três primeiros encontros, bem como sistematizamos as informações dos quatro eventos, produzindo o documento final dessa experiência.

Cada diálogo teve debates sobre o PNDBio; Estudos de Caso e uma etapa participativa para o aprimoramento da política na rede digital. Segundo um palestrante do diálogo do Nordeste, somente a quantidade de startups encubadas pela Unicamp já chega a valores de 25 bilhões de Reais.

Os palestrantes do Diálogo do Sudeste, – focado na Economia Florestal e Restauração da Vegetação Nativa, apresentaram dados impactantes sobre os 177 milhões de hectares de pastos degradados existentes, que podem absolver novas estratégias em biomassa para geração de combustíveis sem aumentar a pressão sobre a floresta em pé. Outro tema citado foi a necessidade de ganho de escala na restauração dos biomas brasileiros, com uma meta de 4.000.000 de ha de florestas brasileiras a serem restauradas até 2030.

No Diálogo do Sul, destacou-se que o aumento da densidade tecnológica, das soluções e de modelos de negócios inovadores apresentaram mais de 30 segmentos transversais, com 301 empresas ativas, sendo que 20% desse ecossistema possui participação de comunidades locais na incubação de novos negócios.

No tripé, em que a sociobiodiversidade é um ativo brasileiro, há um número acumulado de startups mapeadas pelos mecanismos da Jornada Amazônia dentro do território da Amazônia Legal, que triplicaram nos últimos cinco anos. Os Diálogos Regionais da Biomassa e da Bioindústria tiveram como tema as experiências de desenvolvimento em ecossistemas de inovação. Somente em SC, citou-se um ecossistema de inovação robusto de 30 mil empresas.

Há, portanto, um potencial gigantesco de uma Nova Industrialização Brasileira e incubação de startups, que nascem com respeito a sociobiodiversidade, restauração de áreas degradadas, e com Soluções Baseadas na Natureza.

Roberto Xavier de Lima – Diretor de Planejamento e Inovação da Neotrópica Sustentabilidade Ambiental, Mestre em Conservação da Natureza, Biólogo e Escritor.

 

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